Ansiedade Infantil
janeiro 8, 2024 2024-01-09 19:42Ansiedade Infantil
O medo e a ansiedade estão muito relacionados, mas que não podem ter seus conceitos trocados. O medo faz parte do desenvolvimento infantil e da infância normal; em geral, é transitório, mas pode persistir por longos períodos. A ansiedade, por outro lado, é entendida como uma resposta a situações em que a fonte de ameaça ao indivíduo não está bem definida ou não está objetivamente presente, sendo indispensável que educadores e profissionais da saúde conheça os frequentes medos das crianças para preveni-los e aliviá-los.
Os transtornos ansiosos podem ter início na infância. Nas crianças e adolescentes tem-se percebido uma mudança no desenvolvimento emocional, condição que influencia as formas de manifestação do medo e preocupações, sejam elas normais ou patológicas. Enquanto os adultos podem reconhecer condições exageradas, isso não ocorre nas crianças, especialmente nas menores. Segundo dados estatísticos recentes, o Brasil é o País mais ansioso do mundo e cerca de 10% da população infantil apresenta quadro patológico de ansiedade, condição que provoca prejuízos ao seu desenvolvimento. Sua manifestação inicial é pouco específica, uma vez que envolve queixas gerais e inespecíficas, além de somáticas, como dores de cabeça, desconfortos gastrointestinais, sudorese, tremores. Para além disso, em muitas situações evitação dos ambientes sociai e recusa escolar. Por essa e outras razões, a maioria das crianças costuma ser enviada aos serviços de saúde mental em função das consequências que a patologia gera, e não por seus sintomas.
O desenvolvimento do transtorno de ansiedade pode ser decorrente de diversos fatores. O gênero é um deles, já que há maior prevalência de ansiedade entre as meninas. Características comportamentais também são relevantes, como a capacidade de adaptação, inibição e temor, já que tendem a indicar como a criança irá reagir às circunstâncias que as cercam. Fatores ambientais também são importantes nesse contexto, tais como a pobreza, a rejeição dos pares, a negligência familiar, o conflito interparental, o alto controle parental ou a presença de alguma psicopatologia familiar. O contexto familiar tem sido importante fator de risco para o transtorno de ansiedade na infância. A presença de brigas conjugais, criminalidade paterna, transtornos psiquiátricos maternos, práticas disciplinares severas, exposição precoce a ambientes incontroláveis têm levado ao aumento da presença desses transtornos.